A doação em vida é uma forma de antecipar a transmissão de bens para os herdeiros, evitando que todo o patrimônio seja resolvido apenas no inventário. É um instrumento bastante utilizado no planejamento sucessório, mas precisa ser bem pensado, pois envolve vantagens e também riscos relevantes.
Economia tributária
No inventário, além do ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), há também custos cartorários, judiciais e honorários advocatícios.
Ao optar pela doação em vida, é possível economizar no pagamento do ITCMD, já que o imposto incide apenas sobre o bem doado, e não sobre todo o patrimônio de uma só vez, como ocorre no inventário.
Agilidade e menos burocracia
A doação em vida é formalizada por escritura pública em cartório, o que torna o processo mais rápido e previsível.
Reduz as brigas no inventário, já que parte do patrimônio já foi partilhada.
Segurança na sucessão
Permite que os herdeiros recebam o patrimônio de forma organizada e com regras previamente definidas.
Pode incluir cláusulas de proteção, como inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade, garantindo que o bem permaneça no núcleo familiar.
Perda de controle sobre os bens
Ao doar, o proprietário deixa de ser dono pleno e passa a depender, em muitos casos, da boa vontade dos donatários , mesmo com reserva de usufruto, já que os herdeiros já terão direitos sobre o patrimônio.
Dificuldade de venda futura
Um bem doado com reserva de usufruto, por exemplo, não pode ser vendido livremente: é necessário o consentimento dos herdeiros que receberam a nua-propriedade. Isso pode gerar entraves se surgir a necessidade de negociar o bem.
Rigidez na decisão
A doação é, em regra, irreversível. Isso significa que o patrimônio transferido não pode simplesmente voltar ao doador, salvo raras exceções previstas em lei (como ingratidão).
Por isso, decisões precipitadas podem gerar arrependimentos no futuro.
A doação em vida pode ser uma excelente ferramenta para reduzir custos, simplificar a sucessão e trazer segurança aos herdeiros. Porém, exige cautela, pois pode implicar perda de controle e limitações na gestão do patrimônio.
Cada caso deve ser analisado com cuidado, considerando o tamanho do patrimônio, os objetivos familiares e a necessidade de flexibilidade futura.